O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta quinta-feira, 20, que o governo de Jair Bolsonaro não tem dado prioridade ao combate à corrupção. Durante uma live promovida por uma corretora de investimentos, o ex-juiz afirmou que o presidente deveria aproveitar a ampliação da base no Congresso Nacional para fortalecer essa agenda. “Esse governo, com todo respeito ao presidente, não tem dado prioridade a essa questão. Há tempo do governo, se ele fez toda essa base parlamentar, apresentar reformas fortes nessa área, se assim quiser. Espero que faça”, ressalta.
O ex-ministro, que, a partir de setembro, vai dar aulas no curso de direito do Centro Universitário de Brasília, afirma que ainda é cedo para pensar na possibilidade de candidatura política em 2022. “Minha preocupação imediata é me reinserir no mercado privado, inclusive sempre tenho repetido que não enriqueci no serviço público. Então minha preocupação imediata é essa. O que queria dizer é que 2022 está muito distante, não tenho essa pretensão de me posicionar sobre esse tema no momento”, afirma. Sem citar o nome do presidente Jair Bolsonaro, Moro criticou a adoção do que chamou de “políticas econômicas desenvolvimentistas”. “E algumas estratégias que foram utilizadas no passado, que foram importantes para o desenvolvimento econômico brasileiro, é hoje em dia o cenário é bastante diferente e complexo para que sejam elas retomadas”, afirmou. O ex-juiz também defendeu o legado da Operação Lava-Jato no combate à corrupção e negou que a força-tarefa tenha contribuído para criminalização da política.
*Com informações do repórter Vítor Brown