O presidente Jair Bolsonaro falou que existem “críticas desproporcionais” ao conversar com apoiadores sobre as queimadas no Pantanal e na Amazônia. Assim como fez no ano passado, o mandatário citou como exemplos os incêndios florestais em outros países e regiões. “[Existem] críticas desproporcionais à Amazônia e ao Pantanal. A Califórnia está ardendo em fogo, a África tem mais foco que o Brasil”, comparou ao chegar no Palácio da Alvorada nesta quarta-feira, 16. Os números de queimadas e incêndios florestais nas regiões já registram recordes, segundo levantamento feito pelo Greenpeace Brasil. Na segunda-feira, 14, a Amazônia superou o total de focos de calor registrados em todo mês de setembro de 2019, mesmo com a proibição de queimadas imposta pela moratória do fogo desde 16 de julho.
Sobre a causa dos incêndios, o presidente repetiu o argumento já utilizado de que o fogo é gerado, principalmente, por causas naturais. “Pega fogo, né? O índio taca fogo, o caboclo, tem a geração espontânea. Lá na Amazônia, no Pantanal, a temperatura média é 43 graus. Ano passado, quase não pegou fogo, sobrou uma massa enorme de vegetais bons para isso que está acontecendo agora”, afirmou o presidente na conversa com apoiadores.
O líder do Executivo voltou a reclamar da atuação de Organizações Não-Governamentais (ONGs) nas regiões. “Nós tentamos, com a regularização fundiária, resolver essa questão. Tem muita terra que ONG mandou laranja. É um lobby enorme para não fazer a regularização”, disse Bolsonaro sobre a atuação de organizações na região. O Instituto Centro Vida (ICV) informou que os incêndios que estão ocorrendo no Pantanal já destruíram 85% da área total do Parque Estadual Encontro das Águas, que abriga o maior refúgio de onças-pintadas no mundo. Até o último domingo, o fogo havia consumido mais de 92 mil hectares do parque, que tem 108 mil hectares.
* Com informações do Estadão Conteúdo