O comentarista Augusto Nunes, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, disse achar “muito estranha” a fala do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin em que lamentou a ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2018. “Ele está defendendo um direito de um criminoso de participar da eleição, é ficha suja. Ele está dizendo que isso a tornaria mais democrática… A candidatura do Marcola [líder do PCC] também, daria mais representatividade à população carcerária. Mas porque não pode ser candidato? Porque é preso, é ficha suja. O Lula é bandido, ele não enxerga”, afirmou.
Para Augusto, “a inteligência das pessoas está sendo contaminada por esses pronunciamento à distância”, já que, segundo ele, Fachin “toma boas decisões de vez em quando”. “Vinha agindo bem lá na Lava Jato”, disse o comentarista. Ele afirmou que outros ministros também “já surtaram”, como Luís Roberto Barroso — ao fazer uma parceria com Gilmar Mendes. “Você não sabe mais esperar o que de quem está no Supremo, porque está cada vez pior”, disse. “Mesmo que Lula não tivesse sido condenado, ele seria atingido pela lei da ficha suja e não poderia ser candidato. Mas se é assim libera geral, não precisa mais de Justiça Eleitoral”, continuou.
Nesta segunda-feira, 17, Fachin evocou o voto que deu em 2018 a favor da possibilidade de o ex-presidente Lula sair candidato naquele ano. Segundo ele, isso “teria feito bem à democracia brasileira”. “No julgamento no TSE [Tribunal Superior Eleitoral] em que esteve em pauta a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fiquei vencido, mas mantenho a convicção de que não há democracia sem ruído, sem direitos políticos de quem quer que seja. Não nos deixemos levar pelos ódios”, disse Fachin durante evento do Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, realizado virtualmente.