O presidente Jair Bolsonaro publicou neste domingo, 9, em seu perfil no Facebook, uma mensagem em que “lamenta as mortes, seja qual for a causa”. O pronunciamento ocorreu após o Brasil bater a marca de cem mil mortos por Covid-19 neste sábado, 8. Bolsonaro ainda criticou medidas de combate ao novo coronavírus, como o lockdown, adotado por vários países e recomendado pelas autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na mesma publicação, o presidente disse que “não faltaram recursos, equipamentos e medicamentos para estados e municípios. Não se tem notícias, ou seriam raras, de filas em hospitais por falta de leitos de UTIs ou respiradores”. Bolsonaro voltou a defender a hidroxicloroquina, dizendo que “mesmo não tendo ainda comprovação científica, salvou a minha vida e, como relatos, a de milhares de brasileiros.” Sem citar o nome da Globo, o presidente da República ainda criticou a emissora, dizendo que, “de forma covarde e desrespeitosa”, a TV “festejou” os cem mil mortos “como uma verdadeira final da Copa do Mundo” e ainda o culpou por todos os óbitos, segundo ele.
O Brasil levou 48 dias para dobrar o número de mortes em decorrência da Covid-19. O número foi alcançado neste sábado, 8. A marca de 50 mil foi ultrapassada no dia 21 de junho — 101 dias após o primeiro caso fatal, em 12 de março. O estado mais afetado pela pandemia é São Paulo, que lidera o número de mortes e casos confirmados. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, o coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rivaldo Venâncio, disse que o Brasil deve enfrentar a pandemia por mais um largo período de tempo. Venâncio está otimista em relação à vacina contra o novo coronavírus, mas não tem certeza quanto à capacidade do imunizante de proteger a população.