A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recebeu nesta quarta-feira, 19, um cheque simbólico de R$ 20 milhões para o projeto de reconstrução do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, zona norte do Rio. A doação foi feita pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Uma pequena cerimônia foi realizada em frente ao Palácio São Cristóvão e transmitida pela internet. No evento, a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, informou que já foram iniciadas as obras no campus da universidade para abrigar a área acadêmica do Museu que, antes do incêndio do dia 2 de setembro de 2018, funcionava no Palácio São Cristóvão.
“A reitoria anuncia que, definitivamente, após a tragédia vamos conseguir fazer aquilo que era um sonho: retirar os laboratórios do nosso palácio, para que o palácio possa ser integralmente entregue para a visitação, para as exposições permanentes e temporárias, que é isso que a comunidade do Museu Nacional quer. É isso que a UFRJ quer e a sociedade brasileira e internacional também quer”, afirmou. No local ocorriam as atividades de ensino, pesquisa e extensão, com laboratórios de excelência. O dinheiro doado pela Alerj será usado, segundo a reitora, na recuperação de parte do telhado e da fachada do Palácio São Cristóvão.
Ela informou que, até o momento, a UFRJ já alcançou quase a metade da verba necessária para finalizar todo o projeto de reconstrução do Museu: “Ainda precisamos de mais aportes de recursos para que a gente possa, em 2025, entregar o Museu integralmente para a sociedade brasileira”. Também presente no evento, o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, disse que a expectativa é de entregar parte do Palácio São Cristóvão em 2022, ano em que será comemorado o bicentenário da independência do Brasil.
O presidente da Associação dos Amigos do Museu Nacional, Luiz Fernando Dias Duarte, agradeceu a contribuição da Alerj para a reconstrução do Museu, que completou 200 anos no ano do incêndio: “Temos gerenciado muitos recursos que advêm em apoio ao Museu Nacional, mas certamente este completa de maneira muito viva e intensa as expectativas de que o processo de reconstituição do Museu, de reconstrução do Palácio e de reconstituição da vida científica e acadêmica, tudo isso, fará com que o Museu renasça”, comentou.
Pandemia e pesquisa
A reitora Denise Pires de Carvalho destacou também que o enfrentamento da pandemia de Covid-19 tem revelado o valor das instituições públicas do país, que além de ensinar investem em pesquisas para atender às demandas da sociedade. Como exemplo dessa participação, a reitora anunciou que deve entrar em produção respiradores construídos por meio de um projeto da universidade com apoio da Alerj. Além disso, Denise disse que a produção de um novo teste sorológico de baixo custo pode ser a solução do país, no curto prazo, para estudos epidemiológicos de prevalência da Covid-19. “Poderá nos orientar um pouco no enfrentamento dessa crise, para que possamos decidir se abriremos ou não abriremos escolas, se teremos salas de aula, baseados em critérios técnicos científicos e não em achismos”, finalizou.
*Com Agência Brasil