(Bloomberg) — O próximo plano quinquenal da China, com início em 2021, estabelecerá aumentos das gigantescas reservas estatais de petróleo, metais estratégicos e produtos agrícolas, disseram autoridades a par das discussões.
O governo de Pequim quer aprender com as lições da crise de coronavírus e com a deterioração das relações com os Estados Unidos e aliados, segundo as autoridades, que participaram da elaboração do plano. Isso significa garantir que os estoques secretos do país, quase certamente entre os maiores do mundo, sejam abundantes o suficiente para lidar com interrupções no fornecimento que poderiam prejudicar a economia, disseram as autoridades, que falaram sob anonimato.
A liderança da China apresentará no próximo mês a estratégia para 2021-2025, que incluirá o aumento do consumo interno e produção de tecnologia crítica no país, em uma tentativa de isolar a segunda maior economia do mundo da escalada das tensões geopolíticas e do desgaste das cadeias de abastecimento. Garantir o abastecimento de alimentos, combustível e matérias-primas é pré-condição para a maior autossuficiência do maior importador mundial de commodities.
Reduzir o temor da China em relação à segurança energética e alimentar, em particular, será o foco do novo programa de compras, disseram as autoridades.
A Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas não informa a quantidade de commodities estocadas e tampouco as compras, embora detalhes ocasionalmente apareçam. No mês passado, a Bloomberg News informou que o governo tinha planos de comprar 2 mil toneladas de cobalto depois que a pandemia destacou a fragilidade em torno dos suprimentos do mineral estratégico usado em baterias de veículos elétricos.
Um fax com pedido de comentários para a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma não foi respondido. A CNDR é a principal agência de planejamento econômico do país e supervisiona a administração das reservas.
No início deste ano, a agência comprou petróleo barato após o crash do mercado. E, nos últimos anos, comprou metais como cobre para apoiar produtores domésticos em tempos de estresse. Tal é o peso da China nos mercados de commodities que os preços podem subir significativamente apenas com rumores de que a agência de reservas estatal planeja fazer compras.
A administração de reservas tem informado sobre a venda de alguns estoques, como carne suína, que libera periodicamente para esfriar o mercado interno ainda afetado pela peste suína africana.
A China começou a preparar parte da capacidade de armazenamento de que vai precisar no programa para aumentar as reservas, de acordo com duas autoridades. O plano inclui uma diretiva para acelerar a construção de mais instalações para armazenar petróleo, especialmente em regiões remotas do interior, disseram. A Bloomberg News informou em abril que o governo havia estabelecido uma meta de manter estoques de petróleo equivalentes a 90 dias de importações líquidas, que poderiam ser expandidos para até 180 dias, incluindo as reservas comerciais.
Em questões relacionadas ao estoque de energia, a administração das reservas seguiria as instruções da Administração Nacional de Energia. Esses planos precisariam ser revisados pela CNDR e aprovados pelo Conselho de Estado, o gabinete da China. Ligações para o porta-voz da Administração Nacional de Energia não foram atendidas.
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