O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira, 9, que o contrato da Fiocruz com a Astrazeneca não será alterado devido à suspensão dos testes da vacina contra a Covid-19. Os ensaios foram suspensos na terça-feira, após uma voluntária no Reino Unido apresentar uma reação adversa. O Brasil tem um acordo com a Astrazeneca que garante acesso a 100 milhões de doses, das quais 30 milhões seriam entregues entre dezembro e janeiro e o restante, ao longo dos próximos meses. O presidente da farmacêutica, Pascal Soriot, disse que os sintomas podem estar vinculados a uma inflamação rara da medula, conhecida como mielite transversa.
De acordo com o secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, “é muito cedo para fazer qualquer afirmação sobre falhas”. O secretário disse ainda que devido à interrupção dos testes, não é possível saber o quanto o cronograma previsto para o desenvolvimento da vacina será impactado. Elcio Franco afirmou, no entanto, que a expectativa é que o Brasil se torne autossuficiente para produção integral da vacina no segundo semestre do ano que vem. Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que não há relato de eventos adversos graves em voluntários brasileiros. A Anvisa disse ainda que “está em contato com o laboratório Astrazeneca para o acesso à totalidade das informações e interlocução com outras autoridades de medicamentos no mundo”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) elogiou a postura farmacêutica ao informar com clareza a suspensão dos testes.
*Com informações da repórter Letícia Santini