Candidato à prefeitura de São Paulo pelo Partido Novo, Filipe Sabará já atuou como secretário de Assistência e Desenvolvimento Social quando João Doria (PSDB) esteve à frente da prefeitura, em 2017, e é fundador da ONG Arcah, voltada ao acolhimento de pessoas em situação de rua e sem-teto. Sabará também é formado em marketing pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), atuou como presidente do Fundo Social de São Paulo, órgão de filantropia do estado, e é empresário do setor de cosméticos. Segundo ele, um dos principais temas da disputa municipal deste ano será a retomada econômica da cidade no pós-pandemia, que só será possível através de privatizações.
“Nossa grande bandeira é justamente a retomada econômica pelas oportunidades que São Paulo precisa voltar a oferecer para as pessoas. Não tem como o setor público investir na retomada, e por isso acredito muito que o liberalismo será a única saída para cidade de São Paulo. A prefeitura precisa parar de atrapalhar a vida de quem quer empreender. É preciso privatizar para focar no essencial”, disse em entrevista exclusiva à Jovem Pan. À frente da Secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Sabará criou o programa Trabalho Novo, que visava empregar pessoas acolhidas das ruas através de parcerias com empresas privadas. Segundo ele, mais de 3 mil empregos foram criados durante o programa. Os Centros Temporários de Acolhimento (CTAs) da cidade também foram implantados durante sua passagem pela pasta – ele criticou a atual condução dos CTAs pela gestão de Bruno Covas, vice de Doria que assumiu a Prefeitura quando o ex-prefeito disputou e venceu as eleições para governador de São Paulo, em 2018. “Era um trabalho essencial que foi cortado”, disse. “Infelizmente o prefeito descontinuou o programa que criamos e os CTAs que construímos com dinheiro privado estão extremamente mal administrados. Quem precisa de mão de obra, poderia estar contratando essas pessoas. É uma abordagem voltada para oportunidade de emprego que eles abraçam com toda a garra”, continuou
Sabará avalia que o pleito municipal, com primeiro turno em 15 de novembro e o segundo no dia 29 do mesmo mês, pode ser tornar “um ambiente hostil e difícil para a velha política e políticos que fazem campanha de um jeito tradicional, em comícios e eventos de rua. A pandemia deixa o perfil dessas eleições ainda mais digital”. Para ele, a população paulistana buscará “por soluções práticas para a vida e as propostas viáveis nesse sentido serão analisadas e absorvidas”. Em julho, o Congresso aprovou o adiamento das eleições devido à pandemia do novo coronavírus e com as recomendações de distanciamento social vigentes não será possível fazer campanha de modo tradicional.
Na gestão do município, além de defender privatizações para “enxugar a máquina pública”, Sabará também quer a retomada dos programas criados por ele e voltados ao atendimento e geração de emprego para população de rua e também nas áreas da periferia, que ele tem chamado de “regiões de oportunidades”. “Quando criamos o Trabalho Novo, empregamos mais de 3 mil pessoas em mais de 190 empresas privadas. Isso nos mostra que a população de rua precisa de oportunidade. Não se trata majoritariamente de um problema de saúde. As pessoas usam a droga como fuga da realidade e por conta da questão social, essas pessoas permanecem nas ruas. Nosso programa mostrou como reverter isso na prática. Essas pessoas precisam de ocupação, de estar no mercado de trabalho. É preciso retomar isso”, afirma.
Sabará chamou o programa De Braços Abertos, da gestão Fernando Haddad (PT), de “de braços abertos para a morte” e ressaltou que a política adotada naquela ocasião na região da Cracolândia não funcionou. Nas periferias, ele defende o investimento do setor privado no micro e pequeno empresário. “Com a taxa de juros a 2%, quem tem dinheiro vai ter que investir na economia real que são os micro e pequenos empresários de São Paulo. A vocação de São Paulo de dar oportunidade para as pessoas se perdeu por conta de prefeitos que não entendem de liberalismo”, avaliou.
Durante a gestão Doria no município, após a demissão da então secretária de Assistência Social, Soninha Francine (PPS), feita pelo tucano em vídeo, alegando que havia necessidade de colocar “força na gestão”, Sabará, que atuava como secretário-adjunto, foi alçado ao posto de Soninha. Entre os colegas de partido, Sabará é visto como um nome técnico para o posto. O empresário e pré-candidato do Novo também é herdeiro do Grupo Sabará, empresa de grande porte do setor químico que atua na fabricação de cosméticos.