Fumante por quarenta e cinco anos, a técnica contábil Helena Cristina de Castro mal sabia que não podia ter escolhido hora melhor para largar o cigarro em fevereiro. Desde os 14 anos de idade, ela fumava de 30 a 40 cigarros por dia, mas decidiu mudar a rotina por recomendação médica. Com ajuda de um grupo de apoio e de psiquiatras, Helena começou a diminuir a frequência pouco a pouco. O processo de cortar o hábito pouco a pouco durou cerca de um mês; agora, Helena já está há mais de seis meses sem fumar. Assim como aconteceu com Helena, de acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos 13 anos, houve uma redução de quase 40% no consumo de tabaco no país. Atualmente, menos de 10% da população brasileira afirma ter o hábito de fumar. Mesmo assim, especialistas alertam que o tabagismo ainda pode ser um problema, principalmente durante a pandemia. A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo aponta que fumantes infectados com a Covid-19 tem 14 vezes mais chances de morrer.
O pneumologista José Roberto Megda explica que o cigarro faz com que o vírus entre mais facilmente nas vias respiratórias. O médico diz ainda que mudar os hábitos que remetem à vontade de fumar e procurar auxílio médico, assim como fez a Helena, ajuda muito. Nicole Goulart, diretora-executiva do SEST SENAT, o serviço social dos trabalhadores do transporte, explica que a entidade oferece esse tipo de auxílio de forma gratuita. Segundo ela, trabalhadores de outras áreas também podem ter acesso aos profissionais a preços baixos. Para agendar uma consulta em qualquer estado do país, basta acessar sestsenat.org.br.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini