O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira, 20, ser “impossível” governar o país se a Câmara dos Deputados mantiver a decisão do Senado Federal sobre o reajuste de salários de servidores durante a pandemia do novo coronavírus. O Ministério da Economia calcula que, se confirmada pelos deputados federais, a derrubada do veto presidencial ao reajuste compromete uma economia fiscal entre R$ 121 bilhões e R$ 132 bilhões.”Ontem [quarta], o Senado derrubou um veto que vai dar prejuízo de R$ 120 bilhões para o Brasil. Eu não posso governar um país se esse veto [não] for mantido na Câmara… É impossível governar o Brasil, impossível. É responsabilidade de todo mundo ajudar o Brasil a sair do buraco”, disse o presidente a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Em uma derrota para o governo, os senadores derrubaram na quarta-feira, 19, o veto do presidente à medida que permite reajuste salarial para algumas categorias do funcionalismo público até o fim de 2021. A proposta foi aprovada pelo Congresso dentro do socorro financeiro a Estados e municípios, mas acabou barrada pelo Palácio do Planalto. O veto passará por votação na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira, 20. Somente após essa votação é que a decisão vai ser definitiva no Congresso Nacional. Após decisão dos senadores contrária ao veto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Senado deu “um péssimo sinal” e classificou a decisão como “um crime”. “Pegar dinheiro de saúde e permitir que se transforme em aumento de salário para o funcionalismo é um crime contra o país”, disse. “Colocamos muito recurso na crise da saúde, e o Senado deu um sinal muito ruim permitindo que justamente recursos que foram para a crise da saúde possam se transformar em aumento de salário. Isso é um péssimo sinal. Temos que torcer para a Câmara conseguir segurar a situação”, afirmou Guedes.
*Com informações do Estadão Conteúdo