De acordo com dados do centro de controle de epidemias do Imperial College, pela primeira vez desde abril, o ritmo de transmissão da Covid-19 está em desaceleração no Brasil. A taxa de contágio no país foi de 0,98, número que indica quantas pessoas são infectadas, em média, por cada paciente do novo coronavírus. Em outras palavras, cada 100 pessoas contaminadas infectam outras 98. Os dados foram verificados no início dessa semana. Em julho, o Brasil apresentou taxas de 1,01, situação definida como “fora de controle”. O resultado da pesquisa deixa o Brasil fora da zona vermelha pela primeira vez depois de 16 semanas consecutivas de taxa de transmissão acima de 1.
Porém, a nova configuração não significa controle estabilizado da transmissão. Nos últimos sete dias, a média móvel de novos óbitos foi de 989 a cada 24 horas pelo novo coronavírus, de acordo com o levantamento do consórcio de imprensa. O país registrou na terça-feira, 18, 1.352 mortes e 47.784 novas infecções, segundo os dados oficias do Ministério da Saúde. No total, 109.888 vidas já foram perdidas para a Covid-19. Os casos podem voltar a subir se as medidas de prevenção foram relaxadas. Países como Espanha, Rússia, Alemanha e França haviam conseguido reduzir os índices, mas registraram nova fase de aceleração nos últimos dias. Na América do Sul, o mesmo aconteceu com Bolívia e Equador. Na região, o Chile é o único outro país do continente com taxa de contágio abaixo de 1 (0,85).
Esta também é a primeira vez desde o começo da pandemia em que o Brasil deixou a liderança no número de mortes semanais. No momento, o primeiro lugar está com a Índia, com 7,2 mil mortes por semana, em contrapartida do Brasil com expectativa de 6,9 mil óbitos. Os Estados Unidos adotam uma metodologia diferente de cálculo por semana e não fazem parte do levantamento.
*Com Estadão Conteúdo