O homem que estuprou e engravidou uma menina de 10 anos na cidade de São Mateus, no Espírito Santo, foi preso na madrugada desta terça-feira (18). Ele, que é tio da garota e a abusava desde que ela tinha 6 anos de idade, estava foragido e foi detido por ação policial no interior do estado. O governador Renato Casagrande usou seu Twitter para confirmar a informação: “A nossa polícia efetuou nesta madrugada a prisão do estuprador da menina violentada no no interior do ES. Que sirva de lição para quem insiste em praticar um crime brutal, cruel e inaceitável dessa natureza.” Casagrande ainda afirmou que mais detalhes sobre a operação serão detalhados em breve. O caso ganhou notoriedade após a vítima obter autorização para interrupção da gravidez em outro estado, houve bate-boca entre grupos religiosos contrários ao aborto e outros a favor.
O Ministério Público Federal do Espírito Santo e o Ministério Público do Estado apuram o vazamento de dados sigilosos da menina. Os órgãos também questionam o motivo do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes, em Vitória, ter se recusado a realizar o aborto e se houve constrangimento, ameaça ou qualquer tipo de pressão a médicos para que o procedimento não ocorresse. Em uma coletiva de imprensa na segunda-feira, 17, a direção do centro medico esclareceu que a decisão foi “estritamente técnica” e anunciou que vai abrir sindicância para investigar se houve vazamento do prontuário da criança.
A nossa polícia efetuou nesta madrugada a prisão do estuprador da menina violentadano no interior do ES. Que sirva de lição para quem insiste em praticar um crime brutal, cruel e inaceitável dessa natureza. Detalhes da operação serão repassada pela equipe segurança ainda hoje.
— Renato Casagrande (@Casagrande_ES) August 18, 2020
O MP do Estado ainda vai analisar áudios e conversas de pessoas que estariam pressionando familiares da menina para continuar com a gravidez. No domingo, a menina foi encaminhada ao Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, no Recife, onde concluiu o aborto na manhã desta segunda-feira. Em entrevista à Jovem Pan, o diretor clínico do hospital, Olímpio Barbosa de Morais Filho, relatou que a menina foi chamado de assassina por manifestantes. Fizeram coral chamando a menina de assassina. Para nossa sorte, a criança não ouviu. Mais assustador ainda eram políticos, deputados que estavam ali”, contou Olímpio.
A paciente está estável e evoluiu bem. O médico clínico geral Roberto Debski, ressalta que crianças que sofrem abusos podem desenvolver traumas e distúrbios psicológicos como ansiedade e depressão. Em entrevista ao programa Os Pingos Nos Is, a deputada Chris Tonietto disse que a Frente Parlamentar Mista Contra o Aborto e Pela Vida vai apurar como o procedimento foi realizado.