Enquanto a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) tenta acelerar o ritmo do impeachment de Wilson Witzel no parlamento fluminense, a defesa do chefe do Executivo tenta retardar ainda mais o processo. Os advogados do governador entraram com recursos na Procuradoria-Geral da República (PGR) e no Supremo Tribunal Federal (STF), sendo o principal alvo a procuradora Lindora Araújo, responsável pela investigação que resultou no cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão em endereços ligados do governador.
A procuradora também foi responsável pelo acordo de colaboração premiada entre o ex-secretário de saúde, Edmar Santos, e a própria PGR. A defesa de Witzel diz que o recurso apresentado pela Alerj não poderia ter caído para a mesma procuradora, justamente porque foi ela que, anteriormente, liderou as investigações no Palácio Laranjeiras e em outros endereços ligados a Witzel no Rio de Janeiro. A Assembleia recorreu de uma decisão que paralisou temporariamente o rito do impeachment da Alerj, mas a palavra final será do ministro Alexandre de Moraes.
Enquanto isso, Wilson Witzel afirma que Edmar Santos, ex-secretário de saúde, está desesperado e mentindo para tentar salvar a própria pele. “O fato é que o ex-secretário é um homem desesperado. Edmar está desesperado porque está diante da perda de cargo de tenente coronel, do cargo de professor e do diploma de médico, usado para prática dos crimes, segundo as investigações. Eu jamais tratei com o secretário Edmar qualquer assunto que não fosse governamental. Não tenho qualquer receio da delação que ele venha a fazer”, afirma. Na próxima terça-feira, 18, a Alerj se reúne para montar uma nova comissão processante com 39 participantes. A expectativa é que até o final do mês de agosto haja uma definição sobre o afastamento do governador.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga