O setor agropecuário é um dos menos afetados pela pandemia da Covid-19 no Brasil. A Associação de Comércio Exterior do Brasil indica que a soja deve conquistar, em 2020, o título de principal produto de exportação do país pela sexta vez consecutiva. Segundo a AEB, até a terceira semana de julho, o Brasil havia exportado 66 milhões de toneladas de soja. A projeção inicial era de 78 milhões de toneladas em todo ano. Uma das principais razões dos bons números é a alta demanda vinda da China. De uma fazenda em Sinop, no norte do Mato Grosso, o agricultor Alexander Pozzobon sentiu de perto a valorização do produto durante o ano. “Por conta das exportações que aumentaram, a gente teve até um efeito positivo onde o produto foi mais valorizado, a gente exportou mais. A demanda está maior nesse período para a gente”, afirma.
Os números crescem, no entanto, na esteira de debates sobre desmatamento no Brasil. O agricultor Rodrigo Pozzobon, irmão de Alexander, afirma, no entanto, que o agronegócio não tem interesse no desmatamento das florestas. “O agronegócio não está acabando com o pulmão do planeta, isso é uma mentira. Nós temos 80% da propriedade preservada, não somos uma exceção, somos regra de todos os produtos e entendemos que é do meio ambiente que vem a nossa chuva, que vem a nossa produção e o nosso sustento. Então precisamos do meio ambiente para ter o nosso sustento”, explica. Em São Paulo, o Índice de Confiança do Agronegócio da Fiesp fechou o segundo trimestre de 2020 em 111,7 pontos, acima dos 100 pontos, que indicam otimismo do setor. Isso representa uma alta de onze por cento em relação ao primeiro trimestre.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini