A força-tarefa da Lava Jato divulgou nota nesta quinta-feira (13) apoiando o procurador e coordenador das investigações no Paraná, Deltan Dallagnol. Segundo os procuradores, integrantes e ex integrantes do grupo de trabalho da Lava Jato no estado, a atuação de Deltan é “correta, dedicada e corajosa”. “Ele sempre externou compromisso com a lei e a ética em seu procedimento e atuação pública. Deltan Dallagnol foi e é parte essencial da equipe de procuradores que, sob sua liderança e junto com outras instituições, alcançou resultados inéditos na história do País, responsabilizando criminosos poderosos e recuperando mais de R$ 14 bilhões para os cofres públicos”, diz a nota.
Na próxima terça será julgado no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) representações que buscam afastar Deltan Dallagnol da condução da investigação da Lava Jato no Paraná. Para a força-tarefa, o movimento é uma reação aos avanços no combate à corrupção no Brasil. “Vem tomando corpo forte movimento de reação aos avanços contra a corrupção visando a impedir ou macular investigações. Nesse sentido, as representações em julgamento no CNMP abordam várias questões arquivadas pela Corregedoria e narrativas surgidas em notícias sem amparo em provas, com nítida desproporcionalidade entre os fatos imputados e a possível sanção de remoção ex officio”, diz a nota. Caso o procurador seja afastado da coordenação da força-tarefa, os procuradores alegam que “serão abalados o direito constitucional à livre manifestação e expressão, bem como as garantias da independência funcional e da inamovibilidade, que, diga-se, existem para a defesa da sociedade.”
Futuro da Lava Jato
Na nota, os procuradores afirmam que há um “debate subjacente ao julgamento” que é sobre o “futuro da Lava Jato, da causa anticorrupção e das garantias constitucionais da independência funcional e da inamovibilidade de membros do Ministério Público”. Em recente transmissão ao vivo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu “corrigir os rumos” da Lava Jato e afirmou que a força-tarefa no Paraná era “uma caixa de surpresas”. Na época, os procuradores classificaram as declarações como “ataques genéricos e infundados”.