(Bloomberg) — A queda impressionante do dólar no mês passado, a maior em uma década, de repente parece muito menos significativa quando se considera o valor da moeda americana ajustado pela inflação.
Essa é a visão do estrategista veterano Marshall Gittler. Ele sugere que investidores deveriam fazer ajustes segundo os níveis de preços, usar uma cesta mais ampla de pares de negociação do que o popular índice do dólar dos EUA e lembrar o quanto a moeda já subiu, a fim contextualizar adequadamente o movimento.
Enquanto o indicador do dólar caiu 4,2% em julho, o índice amplo real ponderado pelo comércio do Federal Reserve se desvalorizou apenas 0,9%, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“Em abril, no pico recente, o valor real do dólar foi o mais alto em quase 18 anos”, disse Gittler, chefe de pesquisa de investimentos do BDSwiss Group, em relatório na sexta-feira publicado pela Nasdaq. “Esse foi o movimento extraordinário, não o declínio recente.”
A queda de 3,6% do índice do Federal Reserve desde abril está “longe de ser uma catástrofe que precisa de explicação” e está em linha com seu padrão histórico de negociação de longo prazo, avalia.
Em comparação, o índice do dólar dos EUA caiu 7,1% em relação ao pico de abril. O índice mostrou pouca variação na terça-feira durante as negociações na Ásia, após alta de dois dias.
Gittler se une a outros estrategistas, como os do JPMorgan Chase, que vão na contramão no debate sobre o futuro do dólar, como a possibilidade de declínio estrutural apontada por analistas do Goldman Sachs.
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