A vacina contra a Covid-19 aprovada pela Rússia nesta terça-feira, 11, poderá ser produzida no Brasil, afirmou Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano russo. A expectativa é de que a produção na América Latina inicie em novembro, após a aprovação dos órgãos reguladores locais. O governo do Paraná confirmou hoje que está negociando com autoridades russas um acordo para a obtenção das vacinas. Membros do governo brasileiro e do país europeu se encontrarão nesta quarta-feira, 12, para dar continuidade nas negociações iniciadas no final de julho, informou a assessoria de imprensa do estado.
O presidente russo Vladmir Putin anunciou hoje que o país se tornou o primeiro a aprovar uma vacina contra o novo coronavírus, chamada comercialmente de Sputnik V, em alusão ao primeiro satélite artificial lançado pelos soviéticos durante a Guerra Fria. Segundo as autoridades russas, mais de 1 bilhão de doses foram encomendadas por aproximadamente 20 países. Novos testes devem ser realizados nas Filipinas e Emirados Árabes Unidos nas próximas semanas, afirmou Dmitriev. A expectativa é que sejam produzidas 500 milhões de doses da Sputnik V por ano.
O medicamento lançado pelos russos é visto com precaução por parte da comunidade internacional pela falta de estudos comprovem a sua eficácia. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece 6 projetos de vacina em fase avançada. O medicamento apresentado pelos russos nesta terça não conta na lista. Apesar das críticas, Putin afirmou que o medicamento é eficaz e que passou por todos os testes necessários, e que inclusive uma de suas filhas recebeu a imunização. O medicamento foi lançado pelo Instituto Gamaleya, com sede em Moscou, menos de dois meses depois do início de testes em humanos. A previsão é que o país passe por uma campanha de imunização em massa a partir de novembro.