Criado há 80 anos, o restaurante Itamarati é um símbolo do centro de São Paulo. Por estar perto da faculdade de Direito da USP, do Ministério Público e do Tribunal de Justiça, o local é ponto de encontro de estudantes de direito, juízes e desembargadores. A lista se estende ainda a ministros, como o atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Por causa da pandemia do coronavírus, a situação financeira do Itamarati piorou muito. O aluguel, de R$ 22 mill, foi o que mais pesou para os proprietários, como conta a Marli Avanzzo, uma das sócias. “Com a pandemia, não havia mais condições da gente permanecer porque trabalhamos apenas de segunda a sexta e no horário de almoço. Então, realmente não tínhamos condições de permanecer”, afirma.
A Marli já estava quase entregando as chaves do imóvel, quando o advogado e professor José Fernando Simão ficou sabendo do fechamento do Itamarati por uma rede social. Para ele, a notícia foi um baque. “O Itamarati pra mim é a minha história, a minha origem no centro e o meu projeto de futuro. Porque assim como eu sentava aqui com meus professores, eu fazia isso com os meus alunos”, explica.
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Neste 11 de agosto, dia do advogado, os profissionais não vão sair do Itamarati sem pagar a conta. Pelo contrário, eles vão pagar sem consumir nada. O dia do despendura foi criado por uma rede de advogados que querem salvar o restaurante. Além do despendura, os advogados também criaram uma campanha de delivery de kits com os tradicionais bolinhos de bacalhau e empadas do Itamarati. O estabelecimento também tem funcionários muito queridos da clientela, como o garçom José Moreira Miranda. Ele trabalha no Itamarati há 40 anos e conhece cada cliente pelo nome. Miranda garante que o bom atendimento só é possível porque ele ama o que faz. “Se Deus me dar saúde, eu trabalho mais 40 anos, porque é maravilhoso. A clientela é especial, são advogados, juízes presidente e os patrões são maravilhosos, nada paga o carinho que eles têm comigo”, afirma.
*Com informações da repórter Nicole Fusco