Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelece novo teto para o Fundo Eleitoral, superando expectativas e gerando polêmica no cenário político.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), sancionou hoje a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), lançando luz sobre uma decisão que reverberará no cenário político brasileiro em 2024. O destaque da LDO é o estabelecimento de um recorde no repasse para o Fundo Eleitoral, utilizado para financiar as eleições municipais.
O texto, que inicialmente propunha um teto de R$ 0,9 bilhão, surpreende ao fixar o valor em R$ 4,9 bilhões, superando em R$ 4 bilhões a proposta inicial do Planalto. Essa cifra representa mais que o dobro do montante destinado às eleições municipais de 2020 (R$ 2 bilhões) e iguala o financiamento das eleições gerais de 2022, que incluíram a escolha de presidente, governador, senador e deputado federal.
A inclusão desse valor expressivo para o Fundo Eleitoral foi alvo de polêmicas durante sua tramitação no Congresso. Deputados e senadores aprovaram uma redução de R$ 4 bilhões no total previsto para emendas de bancadas estaduais, passando de R$ 12,5 bilhões para R$ 8,5 bilhões, visando acomodar o incremento no financiamento eleitoral.
Essa troca de destinação de recursos foi criticada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas acabou sendo incorporada ao texto final e sancionada por Lula. A decisão reaviva o debate sobre a transparência e a ética no financiamento político no país.
O Fundo Eleitoral, criado em 2017 como resposta ao fim do financiamento por empresas privadas, distribui recursos com base na representatividade das siglas no Congresso. A verba, exclusiva para o financiamento das campanhas, requer prestação de contas detalhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com possíveis sobras retornando ao Tesouro Nacional. Essa decisão, sem dúvida, adiciona uma nova camada de complexidade ao panorama político brasileiro.