Paula Caroline Ferreira Rodrigues chegou a ser presa ainda em 2015, mas teve liberdade provisória concedida em 2018. Ela estava foragida há cerca de um mês, segundo a polícia.
Uma mulher foi presa preventivamente em Porto Alegre, na sexta-feira (20), por suspeita de envolvimento na morte do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni, então com 23 anos, em 2015. Paula Caroline Ferreira Rodrigues, de 29 anos, estava foragida desde setembro.
De acordo com a Polícia Civil, na época do crime Paula era namorada de Juliano Biron da Silva, que é apontado como chefe de uma organização criminosa. Ainda segundo a investigação, ela também tinha um relacionamento com Gustavo, o que teria causado ciúmes em Juliano e motivado o crime.
Os advogados Sofia Santos de Freitas, Robertha Machado Berté e Jean Severo, responsáveis pela defesa de Paula, dizem que só irão se manifestar nos autos do processo e que “não prestarão esclarecimentos para que os jurados sejam neutros, uma vez que já houve condenação de um corréu”.
Paula e Juliano foram presos ainda em 2015, mas Paula teve liberdade provisória concedida em 2018. O caso foi a júri em 2020, e Juliano recebeu pena de 19 anos e seis meses por homicídio qualificado (meio cruel, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima) e um ano e dois meses por ocultação de cadáver.
Na data do júri, de acordo com a polícia, Paula alegou problemas de saúde e não compareceu ao julgamento. Ainda segundo a investigação, as alegações de problemas de saúde se repetiram, e foi expedido mandado de prisão preventiva, para que Paula fosse levada a julgamento.
O crime
O fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni foi encontrado morto em julho de 2015, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, atingido por 19 tiros. A vítima havia desaparecido no dia anterior, quando foi a uma academia.
Segundo a investigação, Gargioni foi torturado antes de ser morto. Mais de 300 horas de imagens, gravadas por 80 câmeras de segurança, foram analisadas pelos policiais. O crime teria acontecido após Paula chamar Gustavo para um encontro, que serviu como armadilha para que ele entrasse em um carro com Juliano.
A polícia conseguiu acompanhar todo o trajeto feito pelo casal. Gustavo entrou no carro em que Paula Caroline lhe esperava para um encontro, sem saber que Juliano estava no banco de trás do veículo, armado.
O casal levou Gustavo até a Praia do Paquetá, em Canoas, onde o fotógrafo ainda entrou em luta corporal com o homem e a mulher, mas acabou agredido e atingido por 19 tiros.
Por pouco mais de dois anos, Gustavo trabalhou como fotógrafo do Palácio Piratini, sede do governo do RS, durante o mandato do ex-governador Tarso Genro. Antes de morrer, ele atuou em uma produtora de eventos de Canoas.