Vídeo de abril com estudantes da Universidade Santo Amaro começou a viralizar neste fim de semana; não há registro de BO. Instituição de ensino não se manifestou sobre o episódio.
Estudantes do curso de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa) ficaram pelados e simularam uma masturbação durante um jogo de vôlei feminino de um campeonato universitário.
Nas redes sociais, os vídeos foram compartilhados afirmando que os estudantes simularam uma masturbação coletiva no campeonato Intermed, que ocorreu no último final de semana.
Segundo apurado pela reportagem do g1, entretanto, o caso ocorreu em abril, no torneio Calo 2023, em São Carlos, no interior do estado, mas ganhou repercussão neste domingo (17), após um vídeo de repúdio ao ato viralizar nas redes sociais.
Os alunos fazem parte do time de futsal da faculdade e estavam na plateia. Eles abaixaram as calças enquanto o time de vôlei feminino jogava contra a Universidade São Camilo. Nas imagens, eles aparecem encostando nas próprias partes íntimas.
Em nota, a Universidade São Camilo confirmou que o episódio aconteceu durante um campeonato no interior do estado, em abril.
“O Centro Universitário São Camilo informa que nossa Atlética do curso de Medicina não participa do Intermed. Porém, em abril deste ano participou de outro evento esportivo chamado Calomed, quando nossas alunas disputaram um jogo contra a equipe da Unisa. Os alunos da Unisa, saindo vitoriosos, segundo relatos coletados, comemoraram correndo desnudos pela quadra. Não foi registrada, naquele momento, nenhuma observação por parte das nossas alunas referente à importunação sexual. O Centro Universitário São Camilo apoia todos os nossos alunos e não compactua com quaisquer atos que possam atentar contra o pudor e os bons costumes.”
O Centro Universitário São Camilo alegou ainda que o caso pode ser enquadrado como atentado ao pudor, crime de notificação individual, mas que nenhuma aluna da faculdade registrou a ocorrência.
Já a Universidade Santo Amaro, procurada desde o último domingo pela reportagem, não se manifestou.
Após a repercussão, a União Nacional dos Estudantes divulgou nota pedindo a responsabilização dos estudantes envolvidos.
O Ministério das Mulheres também se pronunciou sobre o caso nesta segunda (18).
“Romper séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero. Atitudes como a dos alunos de Medicina, da Unisa, jamais podem ser normalizadas — elas devem ser combatidas com o rigor da lei. Em parceria com o @min_educacao, o Ministério das Mulheres reforça seu compromisso de enfrentar essas práticas que limitam ou impossibilitam a participação das estudantes como cidadãs. Vamos seguir trabalhando para que as universidades sejam espaços seguros, livres de violência.”
Redes sociais
No final de semana, o influenciador Felipe Neto repostou o vídeo com as imagens cobrando resposta da Unisa.
“Olá @UnisaOficial – o Brasil está esperando o posicionamento de vcs quanto aos alunos de medicina q se masturbaram publicamente nos jogos universitários, cometendo crimes. A faculdade não vai se pronunciar? Não vai fazer nada?”, questionou.
Outros internautas também usaram as redes para cobrar posicionamento da universidade, que segue sem se manifestar. A reportagem do g1 procurou pela assessoria ao menos cinco vezes, sem retorno sobre o caso.
“Futuros médicos, estudantes da @unisa invadem a quadra durante um jogo feminino da Intermed, calças arriadas, expondo o pênis e simulando masturbação. Entendem porque não canso de falar aqui sobre a grave crise ética da profissão médica?”, escreveu uma jovem nas redes socias.
“O time de futsal masculino da Faculdade de Medicina de Santo Amaro se masturbou coletivamente num jogo de vôlei feminino. É isso. Como a gente pode estar falando de qualquer outro assunto nesse momento?”, questionou outra usuária da plataforma.
No perfil da atlética de medicina da Unisa, inúmeras pessoas cobraram uma resposta sobre o caso.
Nesta segunda (18), eles divulgaram uma nota que não esclarece o ocorrido, apenas informa que as imagens “não são contemporâneas” e diz que não representam “princípios e valores da atlética”.