A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (14) que o Estado é o responsável por 31% dos óbitos pela covid-19 no Brasil e 27% dos casos totais. O secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, trouxe um panorama do efeito do isolamento social nesse número.
Segundo ele, no dia 15 de março 68% dos infectados pelo novo coronavírus no Brasil eram de São Paulo. No dia 13 de maio, esse índice já diminuiu para 27%. Na quantidade dos óbitos, a quarentena também teve impacto positivo. De todas as mortes em decorrência da covid-19 em 15 de abril, 45% aconteciam no Estado. Em 13 de maio, eram 31%.
“A política do isolamento social salvou vidas. A curva foi achatada e há necessidade de seguir com ele nesse momento”, diz Vinholi. Porém, as últimas taxas de isolamento social divulgadas pelo Estado indicam um número inferior ao considerado ideal. Na Grande São Paulo, ela é de 48% e, no Estado, em torno de 47%.
Para o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, isso é perigoso porque esse índice negativo só será refletido nos casos que aparecerem daqui duas semanas, assim como os casos divulgados atualmente dizem respeito a contaminações que aconteceram há 15 dias.
De acordo com o coordenador do controle de doenças da Secretaria, Paulo Menezes, a covid-19 se mostrou uma doença sistêmica — e não apenas pulmonar — e que, de todos os casos registrado no Estado, 8% foram a óbito.
Segundo ele isso não aconteceu por falta de leito, mas sim porque a doença tem se mostrado mais grave e agressiva do que parecia no início. O diretor do Hospital Emílio Ribas, Luiz Carlos Pereira destacou que a taxa de mortalidade em UTI é de 20% — ou seja, uma a cada 5 pessoas internadas na terapia intensiva morre.
Números atualizados
Nas últimas 24 horas, o Estado de São Paulo atingiu o número de 54.286 infectados e 4.315 mortos. Os números configuram um aumento de 6% e 5%, respectivamente, em relação ao dia anterior.
Já são cerca de 10 mil pessoas internadas em UTI ou enfermaria, entre casos suspeitos e confirmados da doença causada pelo novo coronavírus. A ocupação dos leitos de UTI no Estado está em 69% e, na Grande São Paulo, em 85,5%.
Hospitais de campanha
De acordo com os números apresentados pelo governo, o hospital de campanha do Ibirapuera, inaugurado no último dia 1º, já atendeu 224 pacientes. Desses, 87 tiveram alta e 27 foram transferidos.
Do total de número, 114 foram internados — 105 em leitos de enfermaria e 9 em leitos de estabilização ou entubados. Isso configura 40% de ocupação da sua capacidade máxima.
No próximo dia 20 de maio deve ser inaugurado também o quarto hospital de campanha, na comunidade do Heliópolis. A AMA Barradas contará com 200 leitos, sendo 148 de enfermaria, 28 de estabilização e 4 de UTI.
O investimento foi de R$ 915 mil de custeio e mais R$ 30 milhões divididos em 6 meses.