Dados da Associação Americana de Diabetes mostram que uma a cada três mortes de pessoas com diabetes estão ligadas a doenças cardiovasculares. Porém, 26% dos pacientes desconhecem a relação da doença com o AVC e outros 25% não enxergam ou não sabem dizer se existe alguma relação com risco de infarto cardíaco.
Enquanto 96% das pessoas com diabetes tipo 2 relacionam a doença às amputações, o cenário é outro quando o assunto é a relação com a insuficiência cardíaca — que é conhecida por apenas 36% dos entrevistados. A situação fica ainda mais grave: 80% das pessoas com esse tipo de diabetes apresentam pelo menos um dos indícios de possível comprometimento cardiovascular e 52% apresentam pelo menos dois desses sintomas. São eles: tontura, dores no peito, nas pernas, falta de ar ou palpitação no peito.
De acordo com Jung Hyun Yoon, gerente médica da Novo Nordisk, a amputação e a necessidade de diálise são as complicações microvasculares. “Nosso objetivo é chamar atenção para complicações macro, como o infarto e o derrame. No consultório, por muito tempo, a gente achou que a diabetes só estava associada a micro. Então essa discussão precisa ser trazida mais à tona pela classe médica.”
E é aí que as pessoas devem ficar alertas: cerca de 90% dos pacientes diabéticos alegam sentir falta de informações quando o assunto é a relação da doença com seus males cardiovasculares. É o que mostrou o estudo Quando o Diabetes Toca o Coração, realizado pelo departamento de inteligência da Editora Abril e pelo endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, com apoio da campanha Quem Vê Diabetes Vê Coração da empresa global de saúde Novo Nordisk.
Pelo menos 18,5 milhões de brasileiros convivem com o diabetes no Brasil, de acordo com dados do IBGE. Os portadores da doença, que acusa alto nível de açúcar no sangue, conseguem levar uma vida normal com ela — desde que se consultem regularmente e controlem os índices glicêmicos. Mas não é isso o que a maioria dos diabéticos brasileiros fazem.
Um em cada dez pacientes com diabetes tipo 2 admite não passar pelo médico para consultas de rotina no período de um ano. Além disso, cerca de 64% de brasileiros com diabetes tipo 2 não seguem o tratamento adequado: muito além da insulina, que deve ser tomada apenas com recomendação médica, é preciso ter uma prática regular de atividades físicas e uma dieta balanceada.
“Quando a gente pensa em um câncer, por exemplo, a gente atribui um nível de gravidade muito alto. Mas quando falamos do diabetes, a população tem uma percepção que não reflete a gravidade. O diabetes, assim como a hipertensão, é silenciosa. Ele não dói, mas está lá prejudicando o rim, afetando os olhos, o coração”, finalizou Jung.