Banido do futebol pela Fifa por manipulação de resultados em 2018 e 2019, o presidente do Olimpia, do Paraguai, Marco Trovato, afirmou estar sendo vítima de um “julgamento político”. Ele anunciou que apelará da decisão junto à Corte Arbitral do Esporte. “Para que todos nós possamos entender: foi um julgamento político, em que nenhuma das provas apresentadas, nenhuma das alegações que apresentamos para rechaçar que fazíamos parte de algo que era totalmente descabido”, declarou Trovato por videoconferência.
O dirigente afirmou que entrará com recurso dentro dos dez dias de prazo na Fifa e na CAS por considerar que a punição é uma forma de atacar o time, clube de maior tradição no Paraguai, que já venceu a Libertadores três vezes. A punição do Comitê Disciplinar da Fifa leva em conta também uma suposta falta de cooperação durante o processo, além de uma multa de 100 mil francos-suíços (R$ 610 mil). O banimento decorre de uma investigação de resultados nos anos em que o Olímpia venceu o Torneio Abertura e o Clausura. Em novembro do ano passado, a imprensa do país ligou Trivado à Apostala, uma empresa de apostas esportivas, gerando um tenso confronto entre o dirigente e a federação de futebol local, a APF.
Segundo Trovato, a APF recebeu uma queixa contra ele em 7 de janeiro, de alguém que, segundo ele, não está ligado ao futebol, identificado apenas pelo sobrenome Troche, e que no dia seguinte se transferiu para a Fifa. Ele declarou ainda que a suspensão foi baseada no conteúdo de mensagens de texto que estariam deturpadas para prejudicá-lo e “sujar a imagem do clube”. Além disso, denunciou que Troche teria sido processado por roubo e apropriação indébita.
Pouco antes do depoimento do dirigente, que está à frente do Olimpia desde 2014, o presidente da APF, Robert Harrison, afirmou que a punição é um golpe muito forte para o futebol paraguaio. O caso chega à tona três dias antes do duelo entre a equipe e o Santos, em Assunção, pela quinta rodada do Grupo G da Libertadores. O Olimpia é o terceiro colocado, com cinco pontos, atrás do próprio alvinegro, que tem dez, e do Defensa y Justicia, que soma seis.
* Com EFE