O senegalês Lamine Diack, ex-presidente da World Athletics (antiga Iaaf, Associação Internacional de Federações de Atletismo na sigla em inglês), foi condenado nesta quarta-feira, 16, a dois anos de prisão após julgamento realizado em Paris, na França. A sua sentença, que poderia ser de quatro anos de reclusão, foi dada por envolvimento em casos de corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Além disso, terá de pagar uma multa de US$ 594 mil (R$ 3,12 milhões na cotação atual). Diack, hoje com 87 anos, dirigiu a World Athletics entre 1999 e 2015 e também foi membro do COI (Comitê Olímpico Internacional). E foi julgado por corrupção em exames antidoping de atletas russos desde 2011.
A 32.ª sala do Tribunal Correccional de Paris julgou o ex-dirigente senegalês por ter permitido atrasar os procedimentos disciplinares de atletas russos suspeitos de doping, sob o pagamento de propina vinda de Moscou. Ele também foi acusado de ter ajudado seu filho, Papa Massata Diack, então chefe de marketing da entidade, a se apropriar de vários milhões de dólares em negociações com patrocinadores.
Peça-chave no caso, Papa Massata também está sendo julgado pelos mesmos crimes do pai. A pena, pedida pelos promotores, porém, é de cinco anos de prisão, com o mesmo valor da multa. “Sou inocente dos fatos e das acusações, não há provas tangíveis e irrefutáveis das quais eu possa ser atribuído a essas acusações. Recuso-me a comparecer nos tribunais franceses porque falta imparcialidade”, disse, em entrevista coletiva de imprensa na última segunda-feira, o filho de Lamine, que está extraditado do Senegal e será julgado à revelia.
Outras quatro pessoas podem ser presas na investigação: o antigo chefe de controle antidoping da Iaaf, Gabriel Dollé, o advogado de Lamine Diack, Habid Cissé, o ex-presidente da Federal Nacional de Atletismo Russa, Valentin Balakhnichev, e o ex-treinador Alexeï Melnikov. A chantagem sobre atletas russos para não suspendê-los por doping podem ter rendido mais de 3,4 bilhões de euros (R$ 21,37 bilhões) para Diack. O seu advogado, William Bourdon, havia pedido que o ex-dirigente senegalês não seja enviado à prisão e impedido de “morrer com dignidade, abraçados por seus familiares e deu povo, em sua terra natal”.
*Com informações do Estadão Conteúdo